Não só de “monstros” do TT vivem as 24 Horas de Fronteira

30 novembro 2019

Quando se “pensa” na BP Ultimate 24 Horas TT Vila de Fronteira, as primeiras imagens que nos invadem são as dos enormes pneus cardados, montados em suspensões de longo curso, motores possantes e estruturas tubulares de chassis, lama, velocidades elevadas e, claro está, muito barulho… mas nem só destes “lugares comuns” do todo-o-terreno vivem as 24 Horas de Fronteira.

Totalmente enquadrados num verdadeiro circo de cores, marcas, nomes sonantes, zonas de refeição e paddock, é possível vislumbrar pelas telas entreabertas das boxes alguns verdadeiros clássicos tão familiares do dia-a-dia. Uma 4L de 1981, um Renault Super 5 de 1989, uma Peugeot 504 Pickup de 1987, ou um Datsun 1600 SSS de 1972 mostram aos outros pilotos, mecânicos, público e demais amantes do TT que a idade, longevidade, carolice e muitas vezes o apego sentimental a estes modelos também os podem transformar em “pequenas bestas do TT”.

Com três participações na prova, a Renault 4L da equipa Samuel Lima alinha para esta edição com os seus comprovados 38 anos e mais de 120.000 km. Este clássico, escolhido pelo carinho que despertou na equipa e pela ideia de que é possível participar e terminar esta prova de resistência, leva a Samuel Lima a definir como objetivo cumprir a prova patrocinada pela BP Ultimate com o número de voltas necessário e vencer na categoria Promo B.

Com os seus 1700 cc, 30 anos e mais de 155.000 km, o Renault Super 5 da equipa Francisco Martins também se apresenta com intensões de vencer a categoria Promo B, nesta que é a sua 8ª participação nas 24 Horas. Escolhido pela paixão e carolice do “acreditar que somos capazes”, este clássico partirá para mais uma edição desta feita com dois dos quatro pilotos como estreantes na prova.

Os 250.000 km e 32 anos de idade são as credencias da Peugeot 504 Pickup da equipa Joaquim Serrão. Nas 12 participações na prova muitas foram as aventuras. É desta equipa o primeiro porco no espeto alguma vez trinchado nas 24 Horas. É deles também a primeira forma de animação (um show de striptease às 00h), mas é deles também o mais original kit de sobrevivência – “o kit de sobrevivência para quem desgraçar a burrinha – um chapéu de palha, uns óculos de sol e o passaporte” – para ser usado se a 504 “se ficasse no percurso” e como “forma de fuga incógnita para o estrangeiro”. O bom humor e vontade de ver a prova por dentro com a “burrinha” agora apelidada de “princesa” são as verdadeiras motivações para regressar todos os anos. Vencer ou competir não são palavras para usar nesta box.

Os 47 anos e 390.000 km do Datsun 1600 SSS da equipa Luís Gonçalves alinham pela 10ª vez para as 24h de Fronteira. Fortemente motivados para a vitória na categoria Promo B e movidos pelo sonho de correr com o modelo real da miniatura que na infância preencheu o imaginário das corridas de carrinhos, esta equipa apresenta-se uma vez mais na prova e quer fazer o melhor resultado “possível” de sempre. Competitividade baseada numa forte amizade e paixão pelo mundo dos automóveis clássicos será o mote para 2019.

Se os lugares comuns do todo-o-terreno são os “Monstros” então deixemos que estas pequenas “pequenas-bestas do TT” ocupem o seu lugar, o de destaque aos que elegem as suas paixões e memórias materializadas em chapa, pneus e potência quanto baste para fazer parte do espetáculo. Animação, bom humor nas boxes e obviamente a competição na pista, não vão faltar.

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