Vencedores da edição de 2017 das 24 Horas TT de Fronteira, a formação que vem da Letónia, constituída por Igors Skoks, Rudolfs Skoks e Arvis Pikis, emprende uma verdadeira odisseia para, ano após ano, se apresentar à partida da clássica de resistência alentejana. A estrutura que inscreve o Mitsubishi Pajero, com o número 6, percorre o equivalente a quatro provas de Fronteira para atravessar a Europa, seja na vinda, seja no regresso a casa.
No ano em que a equipa letã triunfou na prova, cumpriu 118 voltas ao Terródromo de Fronteira. Percorreu, em competição, qualquer coisa como dois mil quilómetros. Na viagem entre a Letónia e Portugal, a dupla que traz o camião com o carro e todo o material para quatro dias de comida, demora cerca de uma semana e faz quase quatro mil quilómetros, por estrada e por mar.
Tudo começa com a viagem até ao porto onde apanha o ferry para a Alemanha. Depois disso, a jornada é seguida até ao extremo ocidental da Europa, apenas com uma paragem, em França, para cumprir o descanso necessário e obrigatório. "Normalmente, começamos a viagem na quinta-feira da semana anterior à corrida e chegamos a Fronteira na quarta", explica um dos elementos da equipa.
O camião carregado pesa cerca de 16 toneladas. A equipa do Leste da Europa vem de armas e bagagens para competir nas 24 Horas TT Vila de Fronteira. Durante os quatro dias que passam na vila alentejana, é praticamente autossuficiente, mas recorre ao comércio local para, pelo menos, se abastecer de alimentos frescos. É com esse peso pesado que os dois elementos que fazem a viagem por mar e terra se deslocam. No total, entre ida e volta, são oito mil quilómetros, ou seja, o equivalente a quatro edições das 24 Horas TT de Fronteira.
Apaixonados por todo-o-terreno, os elementos da equipa há muito que estão ligados à modalidade e já participaram, entre outras competições, no Dakar. É esta paixão que os faz dedicar, anualmente, duas semanas àquela que é considerada a festa do TT nacional. "E é a melhor prova que fizemos até hoje", sublinham.