O segredo para se ganhar em Fronteira

10 dezembro 2022


"Andar depressa... devagar". Ficou célebre o mote da família Andrade para vencer a BP Ultimate 24 Horas TT de Fronteira, ao melhor estilo das provas de Resistência em todo o terreno. O desafio da clássica alentejana é único: percorrer o circuito de terra e ribeiras com 16,4 quilómetros de extensão durante 1.440 minutos, por entre um extenso pelotão com diferentes tipos de viaturas e preparações, guiadas por pilotos que vão desde campeões do TT a amadores entusiastas.


E em Fronteira, mais do que em qualquer outra prova de TT, ser rápido não é tudo. Aliás... até convém não ser "demasiado" rápido, para poupar as mecânicas e gerir os riscos da corrida, como a degradação do terreno ou as largas dezenas de concorrentes em pista. Um equilíbrio delicado que é, verdadeiramente, o segredo para se ganhar a mais famosa prova de TT de Resistência da Europa.


A dose certa


Nas 24 Horas TT, a equipa com a volta mais rápida da corrida terminou no 3.º lugar. De nada adiantou o andamento imposto na fase inicial por Tiago Reis (9m46,070s), ao volante da espetacular Toyota Hilux com motor V8, já que o carro da equipa Transfradelos teve depois vários percalços que a fizeram sucumbir às melhores equipas anglófonas. O protótipo MMP vencedor, inscrito pelo francês Franck Cuisinier, rodou em 9m53,790s na sua melhor volta, ficando a mais de sete segundos do tempo de Tiago Reis. O segundo classificado, o Can-Am do belga Sébastien Guyette, conseguiu fazer mais três voltas do que a Toyota da família Reis, apesar de ter sido 23 segundos mais lento na sua volta mais rápida!


Até a recordista de vitórias em Fronteira, a equipa de Alexandre Andrade, que largou da pole position, teve de abandonar a edição deste ano, com problemas mecânicos, depois de nos treinos ter rodado nuns impressionantes 9m23,401s!


Já na BP Ultimate 4 Horas SSV, Luís Cidade liderou a fase inicial e conseguiu a segunda volta mais rápida da corrida, mas não acabou a prova. O vencedor, Pedro Santinho Mendes, encontrou o melhor compromisso entre rapidez e consistência, registando um tempo de 9m41,467, quase mais 11 segundos do que a melhor volta da prova, obtida por João Monteiro. Impressionante é o facto do ex-campeão nacional ter conseguido a melhor volta após 4 horas de corrida (!), precisamente na última passagem pela linha de meta (9m30,540s), o que também atesta o excelente estado da pista preparada pelo ACP.

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